quinta-feira, 17 de março de 2011

Coisas da infância (na Nossa velha Infância parte VI)

Nossa! Certas coisas da minha infância parecem tão incriveis que se eu for contar vocês vão achar mentira.
Dos 2 aos 6 anos cresci na rua da minha avó paterna, mais especificamente na rua Piancó, em Tibiri. Minha mãe trabalhava e meu pai tinha uma marcenaria num boxe de frente ao ponto final de ônibus. Então eles supostamente tomavam conta de mim.
Aquela rua tinha uma porrada de crianças, óbvio que não me lembro de todas mas lembro de Rutiele e seus irmãos, que eram o terror por serem extremamente mal educados, e adorarem encrenca.
Tinha os irmão Ingrid, Crislaine, e Alan Jonny, (que já eram grandes creio que uns 6 anos a mais q eu) cuja a casa era uma história a parte; chegando na porta deles eu sempre me sentia chegando a porta do Castelo Rá-tim-bum. Podem perguntar a qualquer criança que morasse nas ruas próximas ou ao carteiro, o que acontecia se você pusesse a mão dentro da caixa de correio. Dentro dela morava uma doninha, que mordia. Era esporte dos moleques da rua catucar aquela doninha e se desafiar (claro) "coloca tua mão ai que eu te dou um Zorro" (Zorro pros dos anos 2000, eram pirulitos feitos de caramelo embalados em papeis que tinham um dos heróis da TV da época o Zorro cavaleiro negro -mas um nada tinha a ver com o outro a não ser o nome) ai colocava-se a mão, puxava-se rapidamente e se dava um grito e aquela riso gostoso e histérico de criança: "Ele quase me mordeu! Ele quase me mordeu!" Ai a turma inteira ria, enquanto vinha seu Adalto (dono da fuinha e pai dos meninos) "Não ponham a mão ai tem bicho ele morde e arranca o dedo de vocês. Se ele pegar não larga vocês vão perder o dedo!" Ai quando agente pedia ele tirava a fuinha de lá e mostrava a gente que ela só respeitava ele. A fuinha do seu Adalto aterrorizou as crianças da rua por anos, mesmo depois de morta há quase 14 anos tem gente que ainda diz :não ponha a mão lá que tem bicho...
Na casa ao lado morava minhas primas: Adriana, Fabiana e Patricia. Adriana a mais nova era minha companhia constante, e permanente azucriandora minha. Ela era uma inveterada colecionadora de qualquer tranqueira que se pudesse ter, e pode ter certeza, que bastava lançar no outro dia ela tinha. Ela teve o maior saco de Tazo do Bairro (cerca de 900 no auge da coleção). Meu Tio Cesar a chamava de Papa-tudo por ela ser extremamente gulosa e gorda (Papa-tudo por dinheiro era um programa do Silvio Santos povo 2000 que nem a Tele-sena).
Naquela Rua também moravam Alex e seus irmãos cujo o pai era caminhoneiro e eu me lembro de ter ido ao aniversário dele de 9 anos mas voltar sem bolo (a mãe dele enrolou os convidados pra não cortar o bolo).
Tinha também Giuliani que era (e é) um poço de chatice e gostava de dizer que tinha todos os brinquedos que a Estrela lançava.
Tinha a Juliana (um amor de menina) que todos os meninos achavam linda e queriam namorar, mas ela não dava bola pra ninguém.
Parando pra avaliar aquela rua era uma mistura de Harry Poter com Turma da Mônica. Subindo ela você chagava de frente a uma casa abandonada, cheia de matos altos, a porta podre e cheia de estacas, o portão da casa tinha uma corrente enorme e pesada bem enferrujada, e que todos diziam que era mal assombrada. Que lá vivia uma bruxa, um assassino escondia os cadáveres de crianças, e que lá morava um louco (pergunta - tudo junto? Não sei, mas desde quando lendas de crianças são coerentes?). As crianças eram desafiadas umas pelas outras a entrar lá, mas ninguém entrou REALMENTE dentro dela por que bastava um barulho e todos saiam correndo. Na verdade a única coisa que eu vi entrar lá foi um gato preto e uma cobra (que depois os meninos mataram- a cobra).
De frente tinha um enorme Pinheiro onde havia sempre uma coruja branca (igualzinha a do Harry Poter) láaaaaaa em cima e quem tentasse subir na árvore ela bicava até você descer. Esse era outro teste de desafio da Rua Piancó. O único que chegou a pegar aquela coruja foi seu Adalto e foi pra alimentar ela com carne. Ele dizia que ela era um dos bichos dele, depois trouxe outra coruja cinza pra fazer companhia a Branca. Lembro de uma vez ter ficado de frente a essa casa com uma pá de garotos brincando numa dos esgotos tentando afogar uma minhoca na lama, e quando ela saia da água agente gritava e jogava ela de volta. Mas desistimos a minhoca nos venceu.
(cont. no próximo post)

Nenhum comentário:

Postar um comentário