quarta-feira, 9 de março de 2011

Coisas da infância (na Nossa velha Infância parte V)


Caramba! Nos últimos dias tenho vivido mais no passado que no presente. Olhando pras pequenas coisas no dia-a-dia. Desde cadernos, desenhos ou até mesmo as pessoas. Olhar pro passado sempre o torna melhor e mais aconchegante que o presente, mas de fato, a geração da qual eu vim parece ter sido aquela que viveu melhor.
Porra olhando as crianças de hoje e a geração anos 2000 dá desgosto. Eles não sabem o bom de brincar.
Meu irmão tem treze anos e quase me mata de desgosto. Não sabe o prazer de assistir um bom desenho na TV (e de ficar esperando a continuação no dia seguinte), de sair pra correr atrás de pipa na rua, de brincar de peão, apostar bolinhas de gude jogando na vera, ou sair atrás de Tanajuras pra depois simplesmente dizer "olha o tanto que eu peguei" e pôr elas pra brigar (tinha gente que comia).
Eles não têm mais o prazer de colecionar figurinhas e depois trocar com os amigos, e ter o álbum cheio e ganhar os prêmios do álbum (depois virar figura lendária no bairro).
Eles não têm mais chicletes do desenho favorito (se tem ou as figurinhas ou os chicletes não prestam), não tem bonequinhos legais (os de hoje são só pra vender).
Na verdade hoje em dia temos muita sorte se um desenho tem produtos licenciados aqui no Brasil. Desde os aos 90 não vejo um grande produto de vendas, talvez o Bob Sponja e nada mais.
Os pirralhos de hoje não sabem o gosto de andar de bicicleta de tomar banho de chuva (e depois da lama), e creio que nem saibam o que é colecionar. Na era do descartável a graça é você ter pra esnobar. Pelo menos é isso que eu vejo.
Meu irmão e seus coleguinhas sentem verdadeiro prazer de baixar algum jogo chato e depois ligar o MSN ou sair correndo na porta um do outro pra dizer: eu passei de nível no jogo X. Na rua da minha amiga os garotos só saem de casa e se juntam pra falar de um jogo X. Depois o jogo perde a graça e na semana seguinte já estão se esnobando com outro.
Sou do tempo da manchete, da TV CRUJ, da Eliana e seus dedinhos e do Melocoton, Da Flora, da Angel Mix, do Passa e Repassa (com 7 anos eu ganhava daqueles garotos de 13 ,14 que participavam), do tempo em que Toque Mágico era novidade.
Cresci numa geração que no verão, ficávamos horas no quintal fazendo pistas pra carrinhos (eu cresci numa rua onde só havia eu de menina e o resto eram cerca de 9 meninos entre a mesma idade até 14 anos- a vantagem é que não cresci uma bonequinha fresca, mas sim uma garota forte, sem ser máscula), clubinhos embaixo da árvore... uma vez fizemos um enterro pra um maribondo tinha tumulo plaquinha e tudo (tumulo? eu diria mausoléu). Fazia casinhas de boneca com paus e folha de bananeira, arrumava chá, vendas, panelinhas com tampinhas de garrafa... Castelinhos de areia, ou cobrir o pé de terra até formar uma gruta e depois tirar o pé beeeeem devagarzinho pra não derrubar a gruta.

Caçar soldadinhos e caracóis e ficar horas olhando eles andarem... uma vez fiquei a manhã inteira olhando um caracol se arrastar. Quem nunca fez armadilha pra pegar passarinho com caixa de sapato e pão?
Eu empinei pipa feita de sacola plástica (ela ia beeem alto), subia na arvore pra xingar o vento e ele balançar, roubei frutas, subi nos pés de caju arranquei folhas das arvores da vizinhança (e levei muito grito por isso)...
Coleções? Bem tirando as de álbuns (nas quais gastei uma verdadeira fortuna), colecionei gelocos, tazo, tentei colecionar as garrafinhas da coca-cola, colecionei Luz Mania, Ioiôs, o diabo.
Tinha aqueles pirocopteros, o chiclete que deixava a língua azul (era mias divertido naquela época), Bubaloo era 10 centavos e era muito gostoso, Choquito era bom (parecia puxa-puxa e o caramelo não era seco), a GAROTO era nova no mercado, e os chocolates uma delícia. Comprei umas centenas daquele pirulito que depois que chupava agente pegava o canudo, encaixava numa cestinha e ficava soprando a bolinha (uma vez engoli uma daquelas bolinhas...). Tinha uns peõezinhos que a gente recebia nas festas de aniversário, meu aquilo era OURO aqui na rua. E bolinha de Gude de ferro? Cocão de ferro era proibido nas brincadeiras por que quebrava as de vidro, eram mais pra fazer inveja pra turma mesmo (eu tive 20- os meninos morriam de inveja).
E o tempo das BayBlades? Nossa se matava e morria por uma tampa de detergente boa e que girasse muito, depois se colocava ferros de bike nela pra fazer faíscas...
Bike? Andei das canelas ficarem finas... participei de corridas, de partidas, descer ladeiras, de revezar...
Hoje olho pro meu irmão e vejo que ele nem sabe o que foi isso, nem vai saber.
(continua no prox. Post)

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